domingo, 5 de setembro de 2021

Palavra de Deus

 

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A liturgia do 23º Domingo do Tempo Comum fala-nos de um Deus comprometido com a vida e a felicidade do homem, continuamente apostado em renovar, em transformar, em recriar o homem, de modo a fazê-lo atingir a vida plena do Homem Novo.
Na primeira leitura, um profeta da época do exílio na Babilónia garante aos exilados, afogados na dor e no desespero, que Jahwéh está prestes a vir ao encontro do seu Povo para o libertar e para o conduzir à sua terra. Nas imagens dos cegos que voltam a contemplar a luz, dos surdos que voltam a ouvir, dos coxos que saltarão como veados e dos mudos a cantar com alegria, o profeta representa essa vida nova, excessiva, abundante, transformadora, que Deus vai oferecer a Judá.
O profeta é o homem que rema contra a maré... Quando todos cruzam os braços e se afundam no desespero, o profeta é capaz de olhar para o futuro com os olhos de Deus e ver, para lá do horizonte do sol poente, um amanhã novo. Ele vai então gritar aos quatro ventos a esperança, fazer com que o desespero se transforme em alegria e que o imobilismo se transforme em luta empenhada por um mundo melhor. É este testemunho de esperança que procuramos dar?
No Evangelho, Jesus, cumprindo o mandato que o Pai Lhe confiou, abre os ouvidos e solta a língua de um surdo-mudo... No gesto de Jesus, revela-se esse Deus que não Se conforma quando o homem se fecha no egoísmo e na auto-suficiência, rejeitando o amor, a partilha, a comunhão. O encontro com Cristo leva o homem a sair do seu isolamento e a estabelecer laços familiares com Deus e com todos os irmãos, sem excepção
.A missão de Cristo consistiu precisamente em abrir os olhos aos cegos e desatar a língua dos mudos... Ele veio abrir-nos à relação com Deus, ao amor dos irmãos, ao compromisso com o mundo. Quem adere a Cristo e quer segui-l'O no caminho do amor a Deus e da entrega aos irmãos, não pode resignar-se a viver fechado a Deus e ao mundo. O encontro com Cristo tira-nos da mediocridade e desperta-nos para o compromisso, para o empenho, para o testemunho. Leva-nos a sair do nosso isolamento e a estabelecer laços familiares com Deus e com todos os nossos irmãos, sem excepção.
A segunda leitura dirige-se àqueles que acolheram a proposta de Jesus e se comprometeram a segui-l'O no caminho do amor, da partilha, da doação. Convida-os a não discriminar ou marginalizar qualquer irmão e a acolher com especial bondade os pequenos e os pobres.
O nosso texto revela-nos que Deus prefere os pobres, os humildes, os simples. Isto não quer dizer, contudo, que Deus tenha uma opção de classe e que privilegie uns em detrimento de outros... Deus oferece o seu amor, a sua graça e a sua vida a todos; contudo, uns acolhem os seus dons e outros não... O que é decisivo, na perspectiva de Deus, é a disponibilidade para acolher a sua proposta e os seus dons. O nosso texto convida-nos a despir-nos do orgulho, da auto-suficiência, dos preconceitos, para acolher com humildade e simplicidade os dons de Deus.

https://www.dehonianos.org/


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