sábado, 1 de março de 2014

Por que as famílias já não transmitem mais a fé?

Os pais acabam delegando esta tarefa a outros, as estruturas de convivência são cada vez mais instáveis e a vida interior se tornou rara


 A maioria das famílias cristãs já não evangeliza seus membros e há três grandes razões pelas quais isso ocorre, segundo Dom Melgar, na carta pastoral "Itinerário para a evangelização da família: motivações, necessidade e linhas fundamentais", apresentada na semana passada.

Em primeiro lugar, os pais delegam as tarefas educativas e transmissoras da às instituições, especialmente à escola. "Absortos em seu trabalho, eles não têm tempo para seus filhos, ou o têm muito reduzido e dedicam-no ao lazer; mas isso não é suficiente para poder falar dos problemas e da sua vivência humana e cristã.

Em sua opinião, esta ausência de envolvimento dos pais e, em geral, da família na transmissão e educação dos filhos na faz que não se interessem pelo que seus filhos fazem na catequese, que não se preocupem por incentivar seus filhos a optar pela aula de religião, que não se interessem por adquirir a formação humana e cristã imprescindível para ajudá-los a amadurecer no âmbito humano e cristão.

A falta de transmissão da na família também vem, segundo Dom Melgar, de estruturas familiares de convivência cada vez mais instáveis ou com ausência de algum dos cônjuges, já que "tanto a presença do pai e da mãe como a estabilidade familiar são elementos essenciais para se chegar ao amadurecimento humano e cristão dos filhos".

"Existe, além disso, uma escassa vida interior nas relações familiares, o que gera laços superficiais, nos quais se foge do conhecimento dos problemas pessoais e de dos filhos, por não saber como ajudá-los nem como dar-lhes respostas convincentes, precisamente porque eles, os pais, talvez não vivam sua própria nem se considerem preparados para ajudar seus filhos nesta tarefa", acrescenta.

Neste sentido, "ninguém dá o que não tem e, por isso, tampouco os pais podem dar aquilo que eles não possuem ou que possuem com uma fraqueza tão evidente, que realmente os incapacita para ajudar seus filhos em seu desenvolvimento pessoal, visando a ser pessoas maduras e cristãos autênticos".

Soluções

A carta do bispo da diocese espanhola tenta oferecer respostas com "uma pastoral que ajude nossas famílias a serem realmente 'igrejas domésticas' nas quais Deus esteja presente e nas quais se respire um ambiente no qual seja possível aos seus integrantes nascer, crescer e amadurecer como cristãos, certos de que, sem uma família evangelizada, é muito difícil, por não dizer impossível, evangelizar o homem atual".

O documento descreve e delineia um itinerário para a evangelização da família, com pautas gerais cujo fundamento é a consciência de que os pais são os principais e primeiros educadores, e de que a vivência da na família, como testemunho cristão, será o meio educativo mais eficaz para suscitar e acompanhar os filhos no crescimento dessa .

Para a evangelização das famílias, a carta destaca 4 atitudes:

1. Estar convencidos da necessidade de um projeto evangelizador da família como centro da ação pastoral.

2. Estar convencidos da necessidade de fazer uma opção decidida por uma pastoral missionária para a evangelização da família.

3. Conhecer a situação real da família atual e, a partir disso, investir em uma decidida evangelização dela.

4. Estar convencidos de que a evangelização dos pais é uma necessidade urgente e uma condição indispensável para que possam transmitir a aos filhos.

Por outro lado, sublinha várias etapas, necessárias e complementares, na tarefa de envolver os pais na iniciação, crescimento e amadurecimento da dos seus filhos:

1. Etapa remota: a preparação dos pais desde o namoro, aproveitando para fazer uma escolha autêntica do cônjuge, conhecer-se mutuamente e planificar seu estilo de família por meio do diálogo.

2. Etapa próxima: a preparação dos pais na iniciação, crescimento e amadurecimento da dos filhos e da família.

3. Etapa imediata: o envolvimento dos pais na transmissão da aos seus filhos e na evangelização da família.
Patricia Navas González ( www.aleteia.org)

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